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Chiara Furtado dá aulas de inglês no ensino médio na escola estadual Vicente Telles de Souza, em Manaus, no Amazonas. Assim como outros professores, ela precisa usar a criatividade e ferramentas disponíveis para conseguir ensinar adolescentes que muitas vezes não têm acesso à internet.
“Com a pandemia, os alunos usam as ferramenta disponíveis pelo governo, conseguem acompanhar as aulas pela televisão ou pelo Youtube”, explica a professora. “Mas conseguimos interagir melhor com eles pelo WhatsApp, mando atividades, conteúdo e conseguimos interagir melhor.”
O acesso à internet foi o maior problema enfrentado por estudantes e professores neste período de isolamento social, segundo pesquisa realizada pela Undime (União dos Dirigentes Municipais de Educação), com o apoio do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e Itaú Social, 78,6% dos municípios relataram problemas de conexão e 95,3% das redes municipais usaram material impresso e o WhatsApp como ferramenta.
“Como o aplicativo não exige uso de dados móveis e muitos estudantes possuem uma situação financeira difícil, acaba sendo uma ferramenta mais acessível”, avalia Chiara.
Para Jan Krutzinna, formado em Ciências da Computação e Psicologia pela Universidade de Harvard e realizou M.B.A. na Harvard Business School, e fundador da Chat Class, empresa que usa inteligência artificial no aprendizado, a “Educação era o setor menos digitalizado, os celulares eram proibidos nas escolas, e a pandemia impulsionou o uso de tecnologia no setor, todos os atores envolvidos tiveram de se adaptar.”
“O aplicativo é muito democrático e tem apoiado a educação pública no Brasil, porque chega em todos os lugares e é um meio de comunicação muito usado no país, não vejo nada parecido em outros países do mundo”, observa. “Acredito que se associado ao uso de inteligência artificial e robôs tem potencial para revolucionar a Educação.”
Fonte: R7 – 22/03/2021 – 02H00