Armamento de guerra é apreendido durante operação contra quadrilha de roubo a bancos
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Um caseiro que trabalhava em um dos sítios que foram alvos da operação conjunta que desarticulou uma quadrilha de assalto a bancos em Varginha (MG) neste domingo (31) está entre os 26 mortos da ação. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (1º) pela Polícia Civil.
Conforme informações da Polícia Militar, o caseiro sabia da ação e seria responsável por enterrar e desenterrar os explosivos que seriam usados pela quadrilha. Uma das armas foi encontrada na casa dele. A informação foi divulgada inicialmente pelo O Tempo e confirmada pelo g1. Conforme a polícia, a ação da quadrilha já vinha sendo monitorada há alguns dias na cidade.
Durante o domingo, a polícia chegou a confirmar 26 mortos no confronto, mas logo depois o Bope informou em entrevista coletiva que seria 25 mortos o número oficial. No entanto, à noite, a EPTV Sul de Minas, Afiliada Rede Globo, obteve a informação que 26 corpos foram levados para o IML de Belo Horizonte.
Conforme a polícia, os homens possuíam armamento de guerra e têm relação com crimes do mesmo tipo em outros estados. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o plano da quadrilha era fugir em uma carreta com fundo falso após o ataque ao Centro de Distribuição de Valores do Banco do Brasil. A quadrilha, também conhecida como “Novo Cangaço”, tem como modo de agir o “Domínio de Cidades”, com o uso de práticas que impedem que as forças de segurança possam reagir e também colocam em risco a população.
A operação conjunta entre Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal e Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) resultou na morte de 26 suspeitos de pertencerem a uma quadrilha roubos a bancos neste domingo (31) em Varginha (MG). De acordo com a PM, os suspeitos seriam especialistas neste tipo de crime.
Operação policial desarticula quadrilha de roubo a bancos em Varginha
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, os confrontos com os homens ocorreram em dois sítios diferentes localizados em duas saídas da cidade. Na primeira, os suspeitos atacaram as equipes da PRF e da PM, sendo que 18 criminosos morreram no local. Em uma segunda chácara, conforme a PRF, foi encontrada outra parte da quadrilha e neste local, após intensa troca de tiros, sete suspeitos morreram.
Armamento apreendido durante operação da PM e PRF que resultou na morte de 26 suspeitos de roubo a bancos em Varginha (MG) — Foto: Tarciso Silva/EPTV
Ao todo foram apreendidas 26 armas, dois adaptadores, 5.059 munições, 116 carregadores, capacetes à prova de balas, explosivos diversos, 12 coletes balísticos, sete rádios comunicadores, 12 galões de gasolina de 18 litros cada e quatro galões de diesel de 100 litros cada. Entre as armas, havia um ponto 50, além de fuzis e granadas. Pelo menos 12 veículos roubados que estavam com a quadrilha foram recuperados.
A Polícia Militar de Varginha revelou que os suspeitos haviam alugado um sítio na região do bairro rural da Flora para ficarem perto do Batalhão da PM e assim realizarem a ação.
Ainda conforme o Bope, os suspeitos chegaram a ser socorridos com vida, mas não resistiram. Nenhum policial ou civil ficou ferido na ação.
A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais pediu uma apuração sobre as mortes. A deputada Andréia de Jesus (PSOL), presidente do colegiado, diz que vai acionar o Ministério Público e a Secretaria de Segurança Pública investigar o caso.
O Fórum Brasileiro de Segurança Pública também acredita que uma investigação deve ser feita para apurar a ação.
“A gente sempre lembra que o policial só é policial porque pode fazer o uso da força e essa força pode chegar a matar outra pessoa, mas isso não se faz desprovido de regras e limites, é preciso entender se nessa operação em Minas Gerais houve um abuso desse limite, ultrapassou-se esse limite para gerar 25 mortes. Como eu disse, é muito raro no Brasil que uma única operação policial tenha como resultado, além da grande apreensão de armas, a frustração de um crime como assalto a bancos como vem acontecendo Brasil afora, o resultado de 25 mortes. É preciso esforço do Ministério Público e das corregedorias das polícias investigar se houve ou não abuso ou houve ou não letalidade policial”, disse o membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Ivan Marques.
Fonte: g1 Sul de Minas — Varginha, MG – 01/11/2021 09h14