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Embora tenha sido apontado pelo próprio Pedrinho Matador como uma de suas primeiras vítimas, em crime que teria sido cometido por volta de 1968, o então prefeito de Santa Rita do Sapucaí, no sul de Minas Gerais, na verdade morreu de causas naturais em 1983.
Condenado pode dezenas de homicídios, Pedro Rodrigues Filho, conhecido como Pedrinho Matador, foi assassinado a tiros neste domingo (5), em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. Ele tinha 68 anos e passou 42 preso.
Em entrevistas, o criminoso afirmava que tinha 14 anos de idade quando cometeu um dos seus primeiros assassinatos, em sua cidade-natal, no final da década de 1960. Ele dizia que, depois de ver o pai ser demitido da escola municipal em que trabalhava, matou o prefeito por vingança.
Pelos relatos, o chefe do Executivo local entre 1967 e 1971 era Arlete Telles Pereira, uma figura influente na região. Advogado, Pereria atuou como delegado de polícia e ocupou ainda os cargos de vereador e presidente da Câmara Municipal.
Diferentemente da história contada por Pedrinho Matador, o político morreu em 1983, aos 72 anos, de causas naturais. Ele dá nome ao fórum de Santa Rita do Sapucaí.
Em seus relatos, Pedrinho nunca deu nome à vítima, a quem chamava apenas de “prefeito”.
O g1 apurou que, na época das entrevistas, a polícia chegou a buscar informações, mas nunca houve qualquer registro de morte envolvendo a autoridade. Policiais, um juiz e advogados que atuavam no período do suposto crime confirmaram que não houve nenhum homicídio de um prefeito na cidade.
Em Santa Rita do Sapucaí, o relato do assassino é visto como boato.
Outra possibilidade citada por Pedrinho Matador era a de que o crime teria acontecido no Distrito de Santa Rita, em Alfenas (MG). O g1 também procurou a administração local, que também não confirmou o registro.
Pedrinho Matador durante entrevista a podcast — Foto: Reprodução/YouTube
Arlete Telles Pereira (de óculos) tomando posse em 1968 — Foto: Arquivo / Câmara Municipal de Vereadores
Apesar de ao longo da vida dizer que já cometeu mais de 100 homicídios, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) disse que Pedrinho responde a apenas 20 crimes. De acordo com a Justiça, não há ainda como precisar se os 20 casos correspondem a homicídios. Ainda assim, são em menor volume que o declarado pelo criminoso.
Pedrinho esteve preso por cerca de 28 anos. O primeiro período aconteceu entre 1985 e 2007, quando saiu após receber um indulto. Em 2011, ainda segundo o TJ-SP, Pedrinho voltou a ser preso e cumpriu pena até 2017. Os crimes foram cometidos entre 1973 e 1990.
Pedro foi morto a tiros no último domingo (5) em Mogi das Cruzes. De acordo com a polícia, dois homens, um deles encapuzados, o abordou na calçada da casa de um familiar e disparou contra ele.
Após a ação, a dupla fugiu e o carro que eles usavam foi encontrado abandonado. A polícia investiga o caso, mas até a publicação não havia identificado os assassinos. Uma das hipóteses das autoridades era que o crime tenha sido motivado por vingança.
Fonte: G1 Sul de Minas — Santa Rita do Sapucaí, MG – 07/03/2023 14h55