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Jovem com a 'pior dor do mundo' aproveita alta de hospital para celebrar aniversário de avó que luta contra câncer - Rádio Rede FM


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Jovem com a ‘pior dor do mundo’ aproveita alta de hospital para celebrar aniversário de avó que luta contra câncer

 

 

 

É na casa da família em São Lourenço (MG) que Carolina Arruda, com neuralgia do trigêmeo, descansa após a primeira etapa do tratamento na Santa Casa de Alfenas (MG). Um dos motivos que levou à decisão de pedir alta foi a ligação com a avó, que fará sua festa de aniversário no sábado (27) – o dia marcado para a cirurgia da jovem.

“Minha vó está com câncer e eu queria passar o aniversário com ela, porque não sei se esse vai ser o último… Mas minha cirurgia é bem no dia 27, no dia da festa. Eu até tentei trocar a data da cirurgia, mas existem diversos médicos envolvidos de diferentes lugares do Brasil”, relatou ao g1.

Carolina Arruda, que tem neuralgia do trigêmeo, pediu alta de hospital para celebrar aniversário de avó em São Lourenço, MG — Foto: Arquivo pessoal/Carolina Arruda

Carolina Arruda, que tem neuralgia do trigêmeo, pediu alta de hospital para celebrar aniversário de avó em São Lourenço, MG — Foto: Arquivo pessoal/Carolina Arruda

 

 

Violeta Arruda vai completar 80 anos e há aproximadamente oito meses faz tratamento contra o câncer de mama. Neste ano, um dos presentes é poder celebrar com a presença da neta, já que ambas passam por condições delicadas de saúde.

De acordo com Carolina, a alta temporária deixou a avó bastante feliz, o que se tornou revigorante para essa nova etapa. “A minha felicidade é ver a felicidade dela“, disse a jovem sobre a avó.

 

 

Alta e rotina em casa

Carolina Arruda saiu do hospital na segunda-feira (22) após duas semanas de internação na Clínica da Dor. Segundo o médico Carlos Marcelo de Barros, a alta foi aprovada, pois a paciente não teria outra proposta terapêutica no hospital até o próximo passo do tratamento, que é a cirurgia.

Foram quase 200 km – aproximadamente três horas de estrada – até a casa da família em São Lourenço, no Circuito das Águas. Ela ficará com a avó, a mãe, a filha de 10 anos e o marido dela até sexta-feira (26).

Para a estudante, estar de volta em um ambiente caseiro foi marcante principalmente pela sensação de alívio. Mesmo que seja algo temporário.

“Ah, eu senti um alívio muito grande. Eu tava com muita saudade da minha família, né? Eu tava cansada de hospital, mas tava com muita saudade da minha família também”, disse.

Carolina Arruda anuncia Associação Neuralgia do Trigêmeo Brasil (ANTBR) — Foto: Reprodução / Redes sociais

Carolina Arruda anuncia Associação Neuralgia do Trigêmeo Brasil (ANTBR) — Foto: Reprodução / Redes sociais

 

 

“A minha rotina diária está sendo a mesma de sempre, ficar praticamente o dia inteiro na cama. Por mais que depois da UTI a minha dor tenha reduzido, ela reduziu naquele momento, ela não passou. Então, eu continuo sentindo dor”, explicou Carolina Arruda.

Enquanto isso, a semana tem sido ideal para descansar, colocar o sono em dia e recarregar as energias para a próxima etapa. “Porque por mais que você durma no hospital, nunca dá pra realmente descansar”, comentou.

Carolina Arruda será internada novamente na sexta-feira (26) para iniciar os preparativos para uma cirurgia de implante de dispositivos que vão bloquear a passagem da ‘pior dor do mundo’ até o cérebro. O procedimento está previsto para sábado (27).

 

 

Quem é Carolina Arruda

Carolina Arruda, de 27 anos, é natural de São Lourenço, no Sul de Minas, e mora em Bambuí, no Centro-Oeste. Ela é estudante de medicina veterinária, casada há três anos e mãe de uma menina de 10 anos. A jovem começou a sentir as dores aos 16 anos, quando estava grávida e se recuperava de dengue.

Carolina Arruda tem 27 anos quer ser submetida à eutanásia na Suíça — Foto: Carolina Arruda/Divulgação

Carolina Arruda tem 27 anos quer ser submetida à eutanásia na Suíça — Foto: Carolina Arruda/Divulgação

 

 

A dor e o desgaste de Carolina com a doença são tão intensos, que fizeram ela tomar a decisão para pôr fim ao sofrimento. Ela iniciou uma campanha na internet para conseguir recursos financeiros e ser submetida ao suicídio assistido na Suíça.

Com a repercussão do caso, ela foi convidada pelo médico Carlos Marcelo de Barros, diretor clínico da Santa Casa de Alfenas e presidente da Sociedade Brasileira para os Estudos da Dor (SBED), para passar por um tratamento na Clínica da Dor, ligada ao hospital.

Segundo o médico Carlos Marcelo de Barros, casos como o de Carolina devem ser tratados em centros especializados para que a possibilidade de alívio da dor seja maior, mesmo que seja de forma parcial.

 

 

O que é a neuralgia do trigêmeo?

neuralgia do trigêmeo, também conhecida como a “doença do suicídio”, e comparada a choques elétricos e até a facadas. O trigêmeo é um dos maiores nervos do corpo humano. Ele leva esse nome porque se divide em três ramos:

  1. o ramo oftálmico;
  2. o ramo maxilar, que acompanha o maxilar superior;
  3. o ramo mandibular, que acompanha a mandíbula ou maxilar inferior.

Ele é um nervo sensitivo, ou seja, que controla as sensações que se espalham pelo rosto. Permite, por exemplo, que as pessoas sintam o toque, uma picada e a dor no rosto.

A doença normalmente atinge um lado do rosto. Em casos mais raros, pode atingir os dois — como é o caso da estudante de veterinária.

Segundo os especialistas, a dor causada pela doença é uma das piores do mundo. Ela não é constante fora das crises, mas é disparada por alguns gatilhos que, na verdade, fazem parte da vida cotidiana como falar, mastigar, o toque durante a escovação ou barbear e até com a brisa do vento sobre o rosto.

A dor é incapacitante. Ou seja, impede que a pessoa consiga fazer atividades simples do dia a dia.

 

 

 

Fonte: g1 Sul de Minas — São Lourenço, MG – 24/07/2024 14h31

 

 

 

 

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