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Cinco casos suspeitos de síndrome neufroneural estão sendo apurados em Divinópolis, Arcos e Itaúna. As pessoas que se sentiram mal estão sendo acompanhados pela Secretaria de Saúde e pela Vigilância em Saúde dos municípios. Nenhum dos pacientes está hospitalizado.
Uma força-tarefa investiga a relação das internações e mortes com o consumo da cerveja Belorizontina, da fabricante Backer. A substância tóxica dietilenoglicol foi encontrada em lotes do produto.
ARCOS
Em Arcos as investigações estão sendo feitas em um jovem de 19 anos e um homem de 33 anos. Ambos foram atendidos na Santa Casa do município. A notificação dos casos suspeitos foi feita pelo hospital à Secretaria de Saúde.
De acordo com a responsável técnica da Santa Casa, Ângela Margarete, o jovem de 19 anos é de Ouro Preto e estava em Capitólio onde ingeriu a bebida entre os dias 4 e 7 de janeiro. Ele apresentou febre e diarreia. O paciente foi atendido e liberado no dia 10 de janeiro em bom estado de saúde. O caso dele foi informado ao Estado na semana passada e está na lista dos casos notificados.
O homem de 33 anos deu entrada na Santa Casa no dia 3 de janeiro. Ele informou que consumiu a cerveja durante as festas de Natal e Ano Novo. O paciente apresentou vômito, dor abdominal e diarreia. Ele também foi liberado e teve o caso notificado à SES na segunda-feira (13), segundo a Vigilância em Saúde.
DIVINÓPOLIS
Em Divinópolis, dois casos estão sendo acompanhados pela Vigilância em Saúde. Os dois homens, que não tiveram a idade divulgada, apresentaram sintomas e confirmaram ter garrafas da cerveja Belorizontina, que pertencem ao lote sob investigação, em casa.
CASOS CONFIRMADOS
A Polícia Civil informou nesta quarta-feira (15) que subiu para 18 o número de casos de síndrome nefroneural investigados em Minas Gerais. Nesta manhã, o órgão confirmou a segunda morte supostamente relacionada ao consumo da cerveja Belorizontina, da Backer.
A vítima é um homem, que não teve a identidade e a idade divulgadas até a última atualização desta reportagem. O paciente morreu no Hospital Mater Dei, região Centro-Sul de Belo Horizonte. O corpo deverá passar por exames e perícia no Instituto Médico-Legal (IML).
A primeira vítima da síndrome a morrer foi Paschoal Dermatini Filho, de 55 anos. Ele estava internado em Juiz de Fora e morreu em 7 de janeiro.
O QUE DIZ A SECRETARIA DE SAÚDE
De acordo com a SES, os casos citados não entraram no sistema como casos suspeitos. Isso ocorre porque são feitas várias apurações após a notificação feita pelo município, até que o caso entre na lista dos casos sob investigação. A SES pede que casos suspeitos sejam notificados por telefone e e-mail que constam no site da Secretaria.
Até o momento foram notificados 17 casos suspeitos de intoxicação exógena por dietilenoglicol, desses, 16 são do sexo masculino e 1 feminino.
Quatro casos foram confirmados, um caso evoluiu para óbito e os 13 restantes continuam sob investigação, pois segundo a SES-MG, apresentaram sinais e sintomas com relato de exposição.
A distribuição geográfica dos 17 casos notificados, segundo município de residência, é a seguinte: 12 casos em Belo Horizonte e os demais cinco casos contabilizam registros em Ubá, Viçosa, São Lourenço, Nova Lima e São João Del Rei.
Entre os sintomas da síndrome nefroneural estão alterações neurológicas, além de insuficiência renal. De acordo com a presidente da Sociedade Mineira de Nefrologia, Lilian Pires de Freitas do Carmo, os primeiros sinais de intoxicação por dietilenoglicol são dores abdominais, náuseas e vômitos. O tratamento é feito no hospital, com monitoração, e tem o etanol como antídoto.