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Uma família de macacos bugio (Alouatta guariba) foi avistada na área do Parque Estadual Nova Baden, em Lambari (MG), na última semana . O registro entusiasmou biólogos e visitantes do local, já que a espécie não era vista desde meados de 2017, quando ocorreu um surto de febre amarela.
A informação foi divulgada pela Agência Minas. Os animais foram fotografados na porção da Serra das Águas pelo advogado e graduando em biologia, Guilherme Brandão.
Ele contou que gosta de realizar o percurso das trilhas da Unidade de Conservação bem cedo para aproveitar o alvorecer e observar os pássaros.
Macacos ameaçados de extinção voltam a ser vistos em parque estadual Nova Baden, em Lambari — Foto: Guilherme Brandão
“Fui surpreendido por um breve ronco e, ao apontar a câmera fotográfica para o alto das araucárias, vi esse grupo de primatas. Rapidamente, observei que não se tratavam dos macacos-pregos habitualmente vistos. Eram os bugios, retornando ao habitat natural da Mata Atlântica”, disse à Agência Minas.
Segundo Rogério Grassetto, primatólogo, professor na Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL) e conselheiro do Parque Estadual Nova Baden, o bugio está na categoria “Vulnerável”, tanto na lista da The International Union for Conservation of Nature (IUCN), quanto nas listas brasileira e mineira de animais ameaçados de extinção.
O especialista ressaltou que esses animais não são responsáveis pela transmissão da febre amarela.
“Ele é extremamente sensível à doença e houve uma mortandade generalizada em muitos locais. Infelizmente, isso foi acompanhado por algumas mortes de humanos e acreditava-se que os bugios estavam trazendo a febre amarela. Mas, na verdade, esses primatas apenas sofrem com a doença. Eles não são migratórios e são fiéis à sua área de vida. Então, quem traz a febre amarela são os humanos para eles”, explicou.
O especialista explicou ainda que os animais são vegetarianos, com alimentação à base de folhas e frutas. Portanto, os visitantes do parque não devem dar qualquer tipo de comida a eles, justamente para evitar a transmissão de doenças, entre as quais a febre amarela.
A bióloga Evânia Santana, analista ambiental do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e gerente do Parque Nova Baden, reforça a participação de visitantes e estudantes no monitoramento ambiental e na divulgação da ciência.
“A vulnerabilidade dos bugios à febre amarela é um reforço para que as pessoas se sensibilizem para a vacinação e contribuam para a proteção da fauna silvestre”, pontuou.
Fonte: g1 Sul de Minas – 23/11/2023 07h09