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Responsável por matar dez pessoas e deixar outras três feridas em um supermercado, na cidade de Buffalo, no Estado de Nova York, o jovem Payton Gendron escreveu, ainda quando estava no ensino médio, que gostaria de cometer um tiroteio em massa. De acordo com matéria do “The Wall Street Jornal”, publicada neste domingo, 15, a informação foi revelada por um agente envolvido na investigação, que ouviu os professores do jovem. Já o comissário da polícia de Buffalo, Joseph Gramaglia, revelou que, em junho de 2021, o garoto de 18 anos fez uma “ameaça generalizada, mas não uma ameaça específica direcionada a um lugar ou uma pessoa”.
Gramaglia, que não deu mais detalhes sobre essa ameaça, limitou-se a apontar que a polícia investigou o ocorrido, o interrogou e, em seguida, o transferiu para um manicômio para ser avaliado. De acordo com jornal estadunidense, entretanto, o jovem foi solto um dia depois. “Eles fizeram seu trabalho no mais alto nível que podia ser feito naquele momento”, assegurou Gramaglia, que não aceitou mais perguntas.
No último sábado, Gendron se deslocou de carro de Conklin, uma cidade 320 quilômetros a sudeste de Buffalo, e parou no estacionamento do supermercado Tops por volta das 14h30 (horário local, 15h30 de Brasília). O jovem saiu armado do veículo, usando colete à prova de balas, capacete e uma câmera, com a qual transmitiu o massacre ao vivo pela plataforma Twitch, pertencente à Amazon, antes de se entregar à polícia. As autoridades estão investigando o que aconteceu como um ataque terrorista e um crime de ódio baseado, entre outras coisas, em um manifesto que o jovem aparentemente deixou escrito. O bispo batista Darius Pridgen assegurou, durante uma missa em homenagem às vítimas, que Gendron, que é branco, escreveu no texto que queria matar todos os negros.
Governadora de Nova York, Kathy Hochul declarou que o atirador também escreveu que havia escolhido cometer o massacre naquele bairro, por ser de maioria negra. “Este não foi um ato aleatório de violência. Já vimos o suficiente disso. Vemos o que acontece quando há muitas armas em nossas ruas e as pessoas ficam com raiva ou estão no meio de uma batalha de gangues e há vítimas inocentes”, lamentou Hochul. Já o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, classificou o episódio como um caso de “terrorismo doméstico” e condenou o ato do jovem. “Qualquer ato de terrorismo doméstico, incluindo um ato cometido em nome de uma repugnante ideologia de nacionalismo branco, é contrário a tudo o que defendemos nos Estados Unidos”, declarou.
*Com informações da EFE
Fonte: Jovem Pan – 15/05/2022 22h49