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Quem não conseguiu aproveitar a Black Friday, na última sexta-feira (dia 29), ainda tem chances de conseguir os descontos da Cyber Monday, que acontece hoje. A campanha, originalmente lançada nos Estados Unidos, tem o objetivo de estimular o consumo nas lojas on-line, com foco nos eletrônicos. Este ano, o consumidor encontra descontos que podem passar de 75% em itens como smartphones, computadores e televisões, além de outros artigos tecnológicos.
Rodolpho Tobler, economista do FGV Ibre, acredita que campanhas como essas têm sido cada vez mais bem-sucedidas no Brasil e já começam a fazer parte da cultura dos consumidores brasileiros.
— A Black Friday começou com o objetivo de antecipar as compras de Natal, mas cada vez mais vemos que as pessoas se planejam para comprar nessa época, analisando preços e pesquisando. E, com a Cyber Monday isso também tem começado a acontecer — afirmou.
Para Fabio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC), a Cyber Monday é uma boa oportunidade para o comércio escoar os estoques.
— Muitos dos eletroeletrônicos ganham novas linhas no início do ano. Então, essa liquidação é uma boa forma de acabar com os estoques que ainda restaram da Black Friday — analisou Bentes, que sugere aos consumidores que não deixem as compras para o fim do dia, caso pretendam comprar um produto de modelo específico:
— Se o consumidor procura um celular de qualquer modelo, pode aguardar até o fim da campanha para ver se os preços vão baixar, já que o varejo quer acabar com os estoques. No entanto, se está de olho em um produto específico, é melhor comprar o quanto antes, se estiver com um bom preço, para não correr o risco de se esgotar.
Algumas varejistas anunciaram que vão ampliar a Cyber Monday para o resto da semana, ampliando a variedade de produtos oferecidos para setores que vão além dos eletrônicos, como vestuário e decoração.
O economista Fabio Bentes recomenda, porém, que, apesar dos preços baixos, os consumidores evitam se endividar com as compras.
— Caso o consumidor opte pelo parcelamento no cartão de crédito, por exemplo, é importante calcular se o valor das parcelas mensais cabe no orçamento, para não prejudicar as contas dos próximos meses — avaliou.
Juliana Moya, especialista em Relações Institucionais da Proteste, recomenda que o consumidor preste atenção ao estado do produto comprado na Cyber Monday: “Muitas vezes são produtos de mostruário ou que possuem algum tipo de defeito que não altera o funcionamento do aparelho, mas que precisa ser avisado ao consumidor no momento da compra. Caso a pessoa perceba que o aparelho está danificado depois de efetuar o pagamento, mas não foi avisada sobre esse problema, pode pedir a troca”.
Assim como nas demais épocas do ano, durante a Cyber Monday os consumidores têm direito ao arrependimento, no prazo de sete dias. Se nesse período a pessoa desistir da compra, a loja é obrigada a receber o produto de volta e devolver o dinheiro.
Caso um aparelho eletrônico apresente defeitos dentro de 90 dias, a loja é obrigada a efetuar a reparação. Se depois de 30 dias a loja não tiver consertado o produto, o consumidor tem o direito de efetuar a troca, receber um crédito na loja ou ainda ter o dinheiro de volta. “A escolha é do consumidor”, afirmou Juliana.
Também é importante verificar se o preço dos produtos realmente está mais baixo do que antes. Caso identifique uma falsa promoção, o consumidor pode fazer uma reclamação aos órgãos de defesa do consumidor. O Procon-SP identificou que 25,83% das reclamações na Black Friday deste ano foram relativas a maquiagem de preços. O principal motivo de queixa no órgão foi a mudança de preço do produto ao finalizar a compra, com 32 registros (26,67% do total).
Antes de efetuar o pagamento de uma compra virtual, é importante que o consumidor verifique qual o valor cobrado pelo frete. Algumas lojas oferecem entrega grátis como parte das ofertas da Cyber Monday, mas há casos em que o valor do transporte supera até o preço do produto.
Assim como na Black Friday, é preciso prestar atenção e desconfiar quando a oferta parecer boa demais. A recomendação é nunca clicar em links enviados pelo WhatsApp e checar a reputação dos sites em que o consumidor vai fazer a compra.
Os pedimos só são enviados quando o pagamento é confirmado. E, como a chance de um produto se esgotar é grande, o consumidor que paga por boleto pode acabar ficando sem o item desejado.
Fonte: Extra (globo.com) 02/12/19 06:00